segunda-feira, 10 de março de 2014

“O carnaval é e sempre será um ato político. É a 
incorporação da arte no cotidiano. 
Lutar para preservar 
sua potência é lutar 
por uma rua que nos é sempre tirada. 
Avancemos foliões! Viva o carnaval, 
viva o Zé Pereira 
e o Saci Pererê. 
Viva o sorriso doce dos que desobedecem. 
Em tempos de tanques nas ruas, 
não retrocedamos, 
com a certeza de que um dia 
o exército de palhaços vencerá!”


O Carnaval Carioca foi o tema inicial das oficinas pedagógicas elaboradas pelo laboratório de Humanidades do Campus Engenho Novo II. Mais que entender o carnaval desde os entrudos até as atuais manifestações, nossas discussões giraram em torno desta grande festa popular como um ato político e um fato social. Atravessam as ruas do Rio de Janeiro todo ano uma multidão de foliões ansiosos por liberdade. Querubins, pierrots, colombinas, prostitutas, diabinhos, homens travestidos, mendigos, freiras, gays, lésbicas desfilam num hiato de liberdade e ludicidade que rompe uma realidade de repressão e desigualdade. Opostos se encontram, fica decretado ser proibido proibir neste vale tudo que transforma desvalidos em reis celebrados. Fica sem dúvida a certeza do potencial revelador e revolucionário do carnaval. Festa que explicita nossas hipocrisias e contradições sociais. E as ruas do Rio continuam sendo um espaço de disputa e de resistências às pressões que mercantilizam esta festa que é em essencia popular. E que o exército de palhaços vença sempre!